é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.

sábado, abril 26, 2008

as pessoas boas e os cravos italianos

Acredito que o mundo está cheio de pessoas boas. Acredito porque não faz sentido o mundo doutro modo, acredito porque é uma self fulfilling prophecy, acredito porque à minha volta há tantas pessoas boas.

O L., que me mandou um chouriço de contrabando. A L., que tem a casa sempre aberta e a mesa sempre posta para mim, uns estados abaixo deste. A Dona M., que não me deixa ir apanhar o comboio de volta para Boston sem um farnelzinho, e ainda mais um saco de couves já cortadinhas para o caldo verde, e mais uma dúzia de receitas do seu livro de segredos.

E a S..
Esta manhã em cima da minha secretária no gabinete encontrei 3 cravos vermelhos e uma notinha: feliz 25 de abril. A S. conhece o nosso 25 de abril, porque ouviu quando eu precisava de falar falar contar, no meu primeiro ano de emigrada. Partilhamos a data, que na itália dela, o 25 de abril é de 1945, dia da libertação da ocupação nazi.

E eu, com tantos cravos em casa e mais 3 ali mesmo, fingi que estava na avenida da liberdade e fui distibuí-los: um para o R., que nem se lembrava que dia era; um para o P., que pôs os dedos em V e me respondeu "viva a revolução"; e um para a Su., que é americana, secretária no departamento de matemática e filha de emigrantes açorianos, e que não sabia de nenhuma revolução e agora já sabe.

3 comentários:

Alecrim disse...

Sabes, Rita, deixas-me comovida. Tenho a certeza que gostava de te conhecer. E de certa forma, conheço.

ana rita disse...

podemos sempre combinar um lanche de verão em portugal :)

Alecrim disse...

podemos, claro! :)

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