é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.

segunda-feira, julho 31, 2006

mais ou menos

Tenho mobília a mais para o meu quarto. Ou tenho quarto a menos para a minha mobília.
(mas já está quase tudo arrumado)

domingo, julho 30, 2006

mudei

Com um camião e oito pares de braços, e mudei de casa. Um instante. Agora é as coisas encontrarem o seu lugar na casa, mas para isso há tempo. Planeio-me disciplinada: de manhã e de tarde estudo, à noite arrumo.
A minha despedida de edgerton vai ser dia um de agosto, aspirar o quarto, deixá-lo vazio de tudo como o encontrei, além de paredes e tecto, só a alcatifa azul e o telefone pousado ali desconcertante.

o meu roommate é surreal 2

Fiz arroz de bacalhau para o jantar. Ele acompanhou-o no prato com iogurte natural.

sexta-feira, julho 28, 2006

estou mesmo cansada.

No post anterior, em vez de "A caminho" escrevi "A caminha".

trovoada de verão

A caminho de casa esta tarde, caiu-me o céu em cima. Fez-se escuro e líquido e caiu. Atirou-se, como se fosse uma ira divina. Aliás, se deus tivesse aparecido ali naquele momento e com um ar zangado ordenasse que me apeasse da bicicleta e me convertesse, eu não ficaria muito surpreendida.

supermercado

Fico um mês fora, e quando volto ao supermercado, mudaram o sítio do alho. E dos tomates. As amêndoas ainda estão mesmo sítio. Esqueci-me de qual é a ala dos cereais, mas sei exactamente onde estão as esponjas de lavar louça. E já não me lembro qual é a marca de desodorizante que uso aqui.

caixotes

Estive ontem a tratar de mudar-me, a trazer caixotes da casa antiga para a casa nova. À hora de calor, a pé, num carrinho como aqueles que as velhotas levam à praça (só que maior). Ao fim do dia doía-me tudo. Mas esta noite, ainda que acampada no quarto novo, dormi nos meus lençóis. A mala ainda finge de mesa de cabeceira, mas dois caixotes improvisam agora uma secretária. O armário ganhou alguma organização e já tenho livros para estudar. Já tenho comida no frigorífico e começo a pensar em fazer gaspacho. A bicicleta, companheira de aventuras, está estacionada nas traseiras. Acho que me faltam ingredientes para o gaspacho. Também me faltam arrumar vários caixotes. Hoje vai ser um dia comprido.

quinta-feira, julho 27, 2006

o meu roommate é surreal 1

(suspeito que esta vai ter muitos números)

Depois de jantar, prato e fruta, vai ao congelador e tira um pacote de ervilhas, daquelas com a vagem, diz na caixa "sugar peas". Diz que são doces e servem como sobremesa. Aquece-as no microondas e vai comendo, enquanto me conta as histórias das férias. Chega a meio e diz que está cheio, e eu acabo por lanchar meio pacote de ervilhas.

na minha casa nova

O chão é de tábuas de madeira largas, lindas. As persianas não fazem escuro no quarto, prevejo manhãs produtivas por não ter outro remédio. Há cinco redes wireless de vizinhos, quase todas desprotegidas. Há máquina de lavar e secar na cave, e também um saco de boxe pendurado no tecto. De momento, não há cama para mim, e durmo num colchãzeco no chão do meu quarto. Há uma dúzia de pastéis de belém no frigorífico. Há ar condicionado nos quartos e um detector de monóxido de carbono no corredor, com um mostrador que diz zero. Pusémo-nos em bicos de pés e respirámos para cima dele, o mostrador continua no zero. Ou está estragado ou temos um bafo muito pouco tóxico. Temos vizinhos barulhentos e uma vizinha com nome de deserto (ela disse sahara, assim, com o agá no meio). Ontem à noite ouviam música brasileira. Temos muitos copos novos, 8 dólares por um monte deles. Temos também chávenas para chá vindas da turquia. E um grelhador elétrico. As luzes aumentam e diminuem de intensidade, posso ter lusco-fusco cá em casa. Gosto da casa nova.

em trânsito

flying west

No aeroporto de lisboa, uma menina faz-me as perguntas da praxe, como se as tivesse ensaiado vezes sem conta frente ao espelho e a que eu já não consigo responder com cara séria. Pergunta se fui eu quem fez as malas, e onde estiveram e quem lhes poderá ter mexido desde que foram feitas. Respondo a tudo direitinho. Depois diz que às vezes há pessoas que recebem encomendas para levar a bordo e que se vêm a revelar bombas. Quando me pergunta se alguém me ofereceu alguma coisa para levar a bordo, não resisto a responder-lhe com o queijo que me deu o avô. E quando me pergunta se levo algo susceptível de ser usado como arma, digo-lhe que tenho um corta-unhas na mala grande (e imagino logo um vilão atacando as hospedeiras e piloto à corta-unhada e apontando a pequena lima sempre incluída no dito ao pescoço dos passageiros reféns). A menina ri-se e manda-me seguir, ainda munida do queijo-bomba e da arma branca.

quarta-feira, julho 26, 2006

terça-feira, julho 25, 2006

a partida 1

Portugal é os meus pais, a minha família e os meus amigos. Custa-me mais escrever sobre a partida (de lisboa) que sobre o regresso (a boston). Até depois, até logo, até já.

o regresso 2

O meu roommate (o colega com quem vou partilhar o apartamento) escreve-me a dizer que o apartamento é awesome. Que a sala é quente mas os quartos têm ar condicionado a funcionar. A próxima noite já acampo lá, sem a minha mobília, mas lá, na casa nova.

segunda-feira, julho 24, 2006

o regresso 1

Encontro uma colega de lá no msn. Diz-me que está feliz por eu estar quase a voltar. Pede-me que telefone na quarta feira, quando chegar. :)

documentário na rtp sobre a emigração

"As férias em Portugal são um momento ímpar de realização pessoal para quem emigra."

azul

lisboa

Tiro muitas fotografias com céu, muito céu, ou mar, muito mar, de qualquer maneira muito azul. Ontem do alto do cristo-rei olhámos com inveja os pássaros, no meio do azul.

Nestes últimos dias, corto nas horas de sono. Deito-me tarde, levanto-me cedo, na esperança de esticar as horas aqui. Tic-tac. Mas ainda há tanto para fazer aqui.

sábado, julho 22, 2006

lisboetas

Há uns meses, quando estreou, um amigo disse-me que eu tinha de ir ver este filme, ia gostar de certeza. Ontem, a (poucos) dias de ir embora, disse-lhe que ainda não tinha visto, e com o indicador e polegar dele a fazer de pistola encostado à minha cabeça em indignação pela minha falta, prometi que sim, que ainda ia ver.
Fui hoje, logo. Gostei, pois gostei, e chorei várias vezes. Eu não disse que há amigos que me conhecem tão bem?

quinta-feira, julho 20, 2006

chá para duas

Há momentos a raiar a perfeição. Esta tarde acabou com chá e scones na lapa com a catarina, depois de subirmos e descermos as colinas de lisboa.

chá e scones

terça-feira, julho 18, 2006

imo

imo quer dizer olimpíadas internacionais de matemática, este ano na eslovénia, mas isso não interessa nada. O que interessa mesmo é que a nossa equipa deste ano teve a melhor prestação de sempre: três medalhas de bronze e uma menção honrosa! São praticamente uns heróis! :)

(o nelson é que sabia fazer bem essas contas, mas quase triplicaram a pontuação da equipa do meu ano)

segunda-feira, julho 17, 2006

beiras

Depois do algarve, subi às beiras. Derrete-se por lá, entre os trinta e os quarenta graus. A água da piscina da aldeia é alívio líquido azul.

H2O

Brincar é bom. Ficam-me nos dedos as brincadeiras com a Lili: pontas dos dedos engelhados da água da piscina, pontas dos dedos cor-de-rosa das canetas de feltro.

Toco nas árvores do quintal e nas paredes velhas da casa para me lembrar da textura. Para o resto tenho fotografias, mas a textura às vezes escapa-me. Sempre as despedidas.

sexta-feira, julho 14, 2006

sexta-feira, julho 07, 2006

quarta-feira, julho 05, 2006

boa vida

Ontem comi um dom rodrigo mesmo bom. De manhã faço por perder esta brancura bostoniana em banhos de sol e de mar. À tarde sento-me e estudo. Mesmo que falhe no bronze e no estudo, ao menos saio daqui com a barriga feliz e a alma limpa.

praia

amarelo
picante

suave

O movimento das minhas mãos para explicar o que é uma variedade diferenciável é o mesmo que para descrever o relevo do alentejo.

domingo, julho 02, 2006

dias cheios

Corri por alfama, dei abraços, andei horas por lisboa, comi gelados com amigos, vi casar o manel, dancei até de madrugada, vi nascer o sol sobre lisboa, ouvi histórias de avós e bisavós, ri e morri de sono. Entre o sono e a alegria, vou arrumar a mala, amanhã vou para sul, mar e sol e os livros para estudar.
www.flickr.com
This is a Flickr badge showing public photos and videos from ana_rita. Make your own badge here.