é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.

quarta-feira, outubro 31, 2007

exagerados

Os americanos exageram um bocado no policiamento. Histéricos.
Mas fica bem na fotografia.

shiny

ainda os red sox

blue-red-white rain

blue-red-white rain

Dia de celebrar.

psiu. as fotografias do cão ficaram um bocado ranhosas. mas pronto.

terça-feira, outubro 30, 2007

red sox

Ainda não consigo distinguir sempre um strike de uma ball, mas sei, sim sei, porque vi quase todos os jogos, que os red sox ganharam a world series.

domingo, outubro 28, 2007

fim de semana

Vi o outono e fiz matemática.
E o C. fez anos, e vi um pequeno cão vestido de lagosta.

fall is red

quarta-feira, outubro 24, 2007

o meu roommate é surreal 7

Temos um pato de decoração, normal.
Temos um fato de lagosta para um cão pequeno, menos normal, mas enfim, estamos quase no dia das bruxas e os pais dele têm um cão pequeno, que é o felizardo que se vai mascarar de lagosta.
Temos um pato de decoração vestido com um fato de lagosta para um cão pequeno. Hã?!

it's a duck, it's a lobster

verdade incontestável

A essência de um esquilo está na sua cauda. Aliás (com licença, isto agora é mesmo à emigrante emigrante*), na fluffiness da sua cauda.

Donde, conclusão lógica, o cadáver ao pé de minha casa desde há dois dias, ou é um rato grande ou uma ratazana pequena, e nunca, mas nunca, um esquilo sem cauda, ainda que tenha o tamanho certo para isso, pois que um esquilo sem cauda não é um esquilo, pela própria definição de esquilo.

* referência obscura à música dos ena pá 2000 “Emigrante emigrante / foste longe e regressaste / emigrante emigrante / não sei porque tu voltaste”

domingo, outubro 21, 2007

regata

the whirlpools

No rio carlos.

8 girls rowing

Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio.

Roubo-lhe duas estrofes só duas para explicar que já não sou só quem fui eu mas que ainda não sou outra.

Ontem pedi fish and chips para o jantar, e ver o jogo dos red sox num bar qualquer.

mas

No bar pedi cházinho e fiz palavras cruzadas.

9 x 12

Disse-me alguém, naqueles meses de angústia de não pertencer onde estou, que nunca se deve viver num sítio como se fosse temporário. Por isso, mas principalmente para não nos escapar o calor pelas frinchas do chão de madeira para a cave, como no inverno passado, comprámos uma carpete para a sala. É feiinha a carpete e tem uma imperfeição bem à vista, descobrimos assim que a desenrolámos. Mas é nossa e deitámo-nos no chão a dar-lhe as boas vindas.

O sucesso hoje mede-se em pés (quadrados). 9 por 12.

quinta-feira, outubro 18, 2007

por sms

(está bem, a culpa foi minha, fui eu que comecei)

eu - A cobra está fumando means the snake is smoking
ele - How do you say the toad is pickling?
eu - O sapo está a fazer pickles. or O sapo está a fazer conservas.

já comprei o bilhete de avião para ir a casa no Natal

A O. que é russa mas cresceu na América e está no mesmo gabinete que eu, chama-lhe "minimal survival rate": duas vezes por ano.
Ir a casa duas vezes por ano.

Engraçado. Dizer "ir a casa duas vezes por ano" já não dói nada.

quarta-feira, outubro 17, 2007

and she's gonna fail her quals

Há coisa de um ano, andava eu a estudar para o meu grande exame, os quals. E enquanto eu estudava e estudava toda a gente me dizia, não te preocupes, vai correr tudo bem, vais ver, não há-de ser nada. E a coisa não me caía bem, como que desautorizava a minha preocupação e o meu medo, questionava a legitimidade de eu estudar, aterrada, e contar os dias para o fim.

E então, uma manhã a caminho da escola, o meu americano inventou-me uma canção. Já só me lembro do princípio, às vezes ainda trauteio os primeios versos:

Her name is Ana
her name is Rita
and she's gonna fail her quals

:)

Passei.

terça-feira, outubro 16, 2007

canção com lágrimas

Estava eu a decidir se digo que $\mathfrak{t}^*$ é o dual da algebra de Lie de $T$ e depois digo que pode ser identificado com $(\mathfrak{g}^*)^T$ ou se atalho de foice defino logo que é $(\mathfrak{g}^*)^T$, como eu dizia, estava eu a organizar as ideias para estes primeiros parágrafos, que parecem sempre os mais difíceis, e com os ouvidos ligados aos fones ligados ao pc ligado à antena 1, e de repente começa o adriano a cantar,

Eu canto para ti o mês das giestas
O mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente
No fundo da memória perturbada

e paro de escrever, fecho os olhos e pouso a cabeça nas mãos abertas,

Eu canto para ti o mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol... o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema

e a matemática desaparece-me, e chegam-me as memórias, já não sei se passei do manuel alegre para o adriano ou vice-versa, lembro-me de ter feito um trabalho de grupo para português, era preciso escolher um poema, e eu logo, um do manuel alegre, e a trabalheira que foi arranjar maneira de tocar a versão cantada pelo adriano na sala de aula, acho que o meu gravador de cassetes veio para escola comigo, o poema era o "e alegre se fez triste"

Porque tu me disseste quem me dera em Lisboa
Quem me dera em Maio... depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro

e chegam-me memórias que não são minhas, são recortes de histórias que me foram contadas, de histórias que li, de filmes, não sei, todas coladas, mais ou menos incoerentemente, imagens soltas de memórias que não são minhas

Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as àguas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio

não sei se é a letra, não sei se é a música, mas é qualquer coisa e ressoa exactamente na mesma vibração que eu, os olhos fechados, a cabeça pousada nas mãos abertas

Porque tu me disseste quem me dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol, Lisboa com lágrimas
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve

escreveu-me o meu pai esta manhã, o adriano morreu há 25 anos, muito só e triste. que angústia enorme, isto de as pessoas morrerem só e tristes. morreu nos braços da mãe, diz a wikipedia. que angústia enorme, isto de as pessoas morrerem nos braços da mãe.

Eu canto para ti Lisboa à tua espera...

Que saudades de Lisboa.

quarta-feira, outubro 10, 2007

cebolas

A fazer sopa, começo por picar uma cebola e farto-me de chorar. Que coisa tão bizarra, existir um vegetal que nos faz chorar. Claro que estamos todos habituados à ideia, mas imaginem que existia um vegetal que nos fizesse rir às gargalhadas na cozinha.

Que mundo estranho este em que vivemos.

yay for tony

Estou a organizar a nomeação do Tony para um dos prémios da universidade, que ele é boa pessoa e competente, gosta de nós todos e nós todos dele, que não é coisa pouca. Dá uma trabalheira, mas é por uma boa causa e sabe bem organizar uma coisa em que toda a gente quer participar.

segunda-feira, outubro 08, 2007

fui a uma conferência este fim-de-semana e até que foi bom

A conferência era numa universidade mas eu fiquei foi perto de outra, que é onde tenho ordens para ficar sempre que quiser.

Sábado conferência, domingo conferência. Começo a conhecer as caras das pessoas do meu campo. Digo isto no sentido mais restrito da palavra campo. Não falo de gente que faz matemática, nem de gente que faz geometria, nem sequer de gente que faz geometria simplética, e agora já consegui perder quase 100% dos leitores. Para o mestre Nelson e para quem me lê da minha alma mater, como se diz aqui, digo que era a special session on invariants of Lie group actions and their quotients. Mas como eu dizia, começo a conhecer-lhes as caras, os nomes, e no fim perguntamos, e vais, em janeiro?

Segunda matemática minha, terça matemática minha. Minha cada vez mais nossa, são esses os planos. Em matemática trabalha-se muito sozinho mas não sempre. E eu quero o não sempre já agora. Daí os planos de viagens regulares à margem deste lago, onde babysitter é condição necessária e quase suficiente para o trabalho.

outdoors math

Aqui trabalha-se com mais estilo, com chás gourmet e vista para o jardim. Junta-se o útil ao agradável, conversas e risos e ver a E. crescer, fala tanto desde o Verão, diz panha e isso é apanha ou perna ou o último nome dela.

texture

E ao fim da tarde desço até ao lago, sento-me num tronco caído e telefono ao meu americano, que tem saudades de me ter em casa e vai fazer bolachas.

terça-feira, outubro 02, 2007

até porque

Até porque eu acho que uma coisa que não me falta na vida é direcção assistida.

segunda-feira, outubro 01, 2007

turn right on red

Conduzo sem carta* um carro sem direcção assistida e viro à direita nos sinais vermelhos, porque posso.

De certeza que isto dava uma boa metáfora para a minha vida, mas a sério que agora não me ocorre nada de inteligente.


* mas com licença
www.flickr.com
This is a Flickr badge showing public photos and videos from ana_rita. Make your own badge here.