Por aqui está toda a gente ansiosa pelo debate palin-biden, na quinta feira à noite. Até há um plano de nos juntarmos todos em casa de um para vermos o debate.
Espero que haja pipocas.
é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.
terça-feira, setembro 30, 2008
pato manco, arbusto pato manco
Explicou-me um americano que o nome técnico para a posição em que está o presidente desta terra, um político de mãos atadas porque na prática não tem poder para nada, é: lame duck. Pato manco.
A política americana é muito cómica.
A política americana é muito cómica.
RTP internacional ou o fuso horário
De manhã quando acordo, posso ver o jornal da uma.
Aos domingos à tarde, às vezes vejo as escolhas do marcelo rebelo de sousa.
Hoje fiquei acordada até tarde, lavo os dentes no intervalo das notícias que abrem o "bom dia portugal", e quando o senhor ali na televisão acabar de me ler as primeiras páginas dos jornais portugueses, vou vestir o pijama e ir dormir.
Aos domingos à tarde, às vezes vejo as escolhas do marcelo rebelo de sousa.
Hoje fiquei acordada até tarde, lavo os dentes no intervalo das notícias que abrem o "bom dia portugal", e quando o senhor ali na televisão acabar de me ler as primeiras páginas dos jornais portugueses, vou vestir o pijama e ir dormir.
domingo, setembro 28, 2008
prenda de natal
Temos (eu, a Ana e o meu orientador) um artigo a ser escrito desde há uns meses. No outro dia ele sugeriu que se calhar seria uma boa prenda de Natal para todos nós aquilo estar escrito e submetido por essa altura.
Concordo.
Concordo.
terça-feira, setembro 23, 2008
eu, imigrante
1. No avião Lisboa - Boston, alguém me cumprimenta, faz conversa sobre estarmos ambos de regresso. Por uns segundos, a cara é-me apenas vagamente familiar. Depois percebo, é o senhor Manel, da Peixaria Fernandes, que me vende bacalhau e sumol de laranja.
2. Telefono duas vezes por ano para a agência de viagens dos portugueses, uns meses antes do Verão e uns meses antes do Natal. Sou sempre saudada pelo senhor L. com um caloroso "Muito boa tarde menina Ana Rita, então como vai ser desta vez?"
2. Telefono duas vezes por ano para a agência de viagens dos portugueses, uns meses antes do Verão e uns meses antes do Natal. Sou sempre saudada pelo senhor L. com um caloroso "Muito boa tarde menina Ana Rita, então como vai ser desta vez?"
nature fest
Esta tarde ao entrar em casa pelo jardim das traseiras, reparo que acabei de espantar toda a natureza ali reunida, ou seja, 3 esquilos e 5 pássaros, que estavam aparentemente em amena cavaqueira antes de eu os assustar e acabar com a festa.
Gosto do meu jardim das traseiras.
Ainda o jardim das traseiras: o vizinho de baixo mandou um email a perguntar quem queria ajudar com a jardinagem no sábado. Respondi, claro, a sonhar com plantar bolbos, regar, apanhar folhas secas, vá, qualquer coisa assim bonita. Passei a manhã a sifting compost (a peneirar compostagem?). Foi bonito, foi.
Gosto do meu jardim das traseiras.
Ainda o jardim das traseiras: o vizinho de baixo mandou um email a perguntar quem queria ajudar com a jardinagem no sábado. Respondi, claro, a sonhar com plantar bolbos, regar, apanhar folhas secas, vá, qualquer coisa assim bonita. Passei a manhã a sifting compost (a peneirar compostagem?). Foi bonito, foi.
sábado, setembro 13, 2008
g-h-i
Gustav-Hugo-Ike. A cada semana temos um novo.
O Gustav vi nas notícias.
O Hugo deu para passear no Central Park com a C. sob uma chuva demoníaca. Acabámos o dia a jantar com o M. e a A., ele luso-americano, ela americana só, vestidas com as calças de pijama dela. E com elas vestidas apanhámos o táxi para casa, a C. em vermelho com coraçõezinhos, eu em azul com estrelinhas.
O Ike ameaça deixar sem electricidade a casa dos avós do C., o avô muito doente, ligado ao oxigénio, a recusar-se a ir para o hospital. Esta manhã nos jornais diz que o Ike amainou, o pior passou. Esperamos notícias.
O Gustav vi nas notícias.
O Hugo deu para passear no Central Park com a C. sob uma chuva demoníaca. Acabámos o dia a jantar com o M. e a A., ele luso-americano, ela americana só, vestidas com as calças de pijama dela. E com elas vestidas apanhámos o táxi para casa, a C. em vermelho com coraçõezinhos, eu em azul com estrelinhas.
O Ike ameaça deixar sem electricidade a casa dos avós do C., o avô muito doente, ligado ao oxigénio, a recusar-se a ir para o hospital. Esta manhã nos jornais diz que o Ike amainou, o pior passou. Esperamos notícias.
quinta-feira, setembro 04, 2008
birthday
Os meus pais esconderam-me um livro de poesia na mala de porão, para eu abrir hoje. Na página 22:
Cântico Negro
José Régio
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
(e lido por João Villaret aqui)
Obrigada pelos poemas.
Cântico Negro
José Régio
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!
(e lido por João Villaret aqui)
Obrigada pelos poemas.
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