Hoje de manhã acordei com saudades de casa. Dos meus pais na mesma casa que eu. De me sentar numa mesa de café à conversa com amigos. Com um amigo. Com uma amiga. De ver coisas escritas em português nas embalagens. De pataniscas de bacalhau com arroz de tomate. De pôr um círculo à volta das coisas que quero ver na agenda cultural de lisboa. De Lisboa. Dos desenhos de mármore nos edifícios antigos. De um pastel de nata. Da festa privada que é comer um croissant com chocolate na Bénard. Dos dias de chuva em Lisboa. Dos dias de sol em Lisboa. Da calçada portuguesa. Dos miradouros. Do som do autocarro a subir a minha rua. De que me contem anedotas. De ter amigos de muitas idades. De ter primas por perto. Dos amigos dos meus pais que são meus amigos. De andar de carro quando chove. De encostar o nariz à janela e ver a noite e o tejo e as luzes e as gotas de chuva. Do som do vento a bater nas persianas enquanto adormeço.
Boa noite.
é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.
quarta-feira, outubro 25, 2006
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3 comentários:
thank you ikki.
pela minha experiência... essas saudades vão ficar, mas fazem-nos apreciar muito mais as pequenas coisas quando voltamos a portugal... Beijokas
Sem dúvida que essas saudades ficam e servem para dar valor ao que se teem em Portugal... mas "amolecem com o tempo". Por outro lado terás saudades "reversas" (a palavra existe?) daquilo que tens cá e não lá: as folhas vermelhas pelo chão, o Outono cheio de cor, o barulho da neve acabada de pisar, o pegar na bicicleta e chegar ao destino, a vela no Charles... e tudo aquilo que já que faz parte da tua vida de cá e que darás mais valor quando estiveres lá.
It's a learning process and a question of balance :-)
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