é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.

terça-feira, fevereiro 05, 2008

calhou bem ser no carnaval, calhou

Esta manhã, antes de irmos para a universidade, fui com o C. à secção de voto, observar a maneira americana de fazer as coisas. Falo apenas sobre uma secção de voto, mas falo do que vi. Foi uma desilusão. Aqui brinca-se às eleições.

Chegamos à sala de voto e eu paro discretamente à entrada, este não é o meu país, não quero desrespeitar ninguém. O C. entra e diz o nome e a morada, e qual é o partido em cujas primárias vai votar. Não lhe é pedida nenhuma forma identificação. Nenhuma forma de identificação!

Entretanto, uma das senhoras da mesa de voto vê que eu cheguei com o C. e pergunta-me se eu não vou votar. Não, não sou americana. A senhora, prestável, convida-me então a entrar para ver melhor, e se não quero entrar no cúbiculo com o C. para o ver votar. Se eu quero entrar no cubículo? Não, não! Digo qualquer coisa sobre privacidade, e ela insiste, e eu, não, não quero, obrigada. O C., que não foi consultado sobre esta possibilidade de me ter a espreitar por cima do ombro enquanto vota, olha para mim com um misto de incredulidade e alívio. Apesar de eu saber a intenção de voto.

Enquanto o C. vota, sozinho, no cubículo, a senhora prestável mostra-me os boletins de voto, longos e vagamente confusos, e afinal -- ninguém falou sobre isto nos meios de comunicação, mas possivelmente é hábito -- há mais coisas em que votar do que só nas primárias presidenciais (este é o boletim de voto da cidade ao lado de Cambridge, este tem setas para completar, o de Cambridge tem ovais para preencher).

É Carnaval, ninguém leva a mal?

5 comentários:

goncas disse...

Mas, mas...

rack disse...

parece-me tudo tão bizarro, e o boletim ficaria bem naqueles filmes de cowboys de há 150 anos atrás.

knit_tgz disse...

Quando era pequenina (anos 80), uma vez, tive de ficar sozinha junto à presidente da mesa, porque não podia ir com a minha mãe para a cabina de voto (isto apesar de eu ser pequena demais para chegar ao boletim de voto e lê-lo enquanto ela preenchia, e pesada demais para estar ao colo). E a minha mãe a olhar de soslaio para mim da cabina...

(Outra que me lembro é de pensar que quem votasse no partido ganhador tinha direito a um prémio pecuniário, como se fosse o Totobola!)

Isso de não pedirem a identificação... tss, tss.

t disse...

A fantochada não é muito diferente da de Portugal.
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/237714

morgy disse...

bolas! que confusão de boletim!

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