é a penúltima linha da minha morada, enquanto aprendo matemática no MIT.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Ó ana,
se tu cá estivesses íamos lanchar ao Burdick's e eu dizia-te assim "Já viste o tempo que tem feito? Estamos praticamente em dezembro e ainda estas temperaturas, por este andar nunca mais neva, vá, eles dão neve para o fim da semana, mas isso já aconteceu nas duas semanas passadas, ora isto assim nem parece o inverno em boston."
seasoning's greetings
Há amigos à minha espera, e a fazer planos para quando eu voltar. Afinal, vocês estão perto. Hoje só sorrio.
segunda-feira, novembro 27, 2006
give thanks / dar graças 2
domingo, novembro 26, 2006
give thanks / dar graças
por ter passado no exame, por amigos que me fazem sentir bem-vinda, por dormitar à frente da lareira, por ter tempo.
sexta-feira, novembro 24, 2006
Mais importante do que o que acabou,
é o que recomeça agora. (tanta coisa que foi ficando por fazer)
quinta-feira, novembro 23, 2006
do exame (depois)
Às três e meia da véspera do thanksgiving já não há funcionários no departamento. Não tenho ninguém a quem entregar o formulário. Estaco em frente ao gabinete onde devia entregar o formulário, feliz e confusa, sem saber o que fazer. Um professor passa por mim, vê o papel na minha mão, dá-me os parabéns e aconselha-me a pô-lo debaixo da porta, na segunda feira o encontrarão e me darão como qualificada. Feito. Acabou.
Depois, é encontrar os colegas, à minha espera na sala comum do departamento, o olhar interrogativo deles diz-me tudo, o meu sorriso diz-lhes tudo. Passo o resto da tarde por ali, entre conversa e telefonemas e emails, acabou, acabou, acabou. Estranho a sensação de não ter que estudar, poder ficar sentada só, o tempo a passar à minha volta. Acabou. Fui jantar fora com uns colegas, os que não partiram ainda para o fim-de-semana comprido, o jantar sabe-me a férias, acabou, ah, acabou.
Depois, é encontrar os colegas, à minha espera na sala comum do departamento, o olhar interrogativo deles diz-me tudo, o meu sorriso diz-lhes tudo. Passo o resto da tarde por ali, entre conversa e telefonemas e emails, acabou, acabou, acabou. Estranho a sensação de não ter que estudar, poder ficar sentada só, o tempo a passar à minha volta. Acabou. Fui jantar fora com uns colegas, os que não partiram ainda para o fim-de-semana comprido, o jantar sabe-me a férias, acabou, ah, acabou.
do exame (durante)
Dois professores e eu, que a terceira parte já tinha acontecido. A minha garganta seca e as mãos cheias de giz, o quadro todo para mim e eles sentados, a sorrir e a fazer perguntas. Algumas, ouço e sei a resposta, e sei que sei, e escrevo, confiante, sei tudo, afinal não é assim tão doloroso, sempre foram quatro meses a estudar. Outras, ouço e não sei se sei, ou sei que sei só mais ou menos, começo e tropeço no fio do pensamento, e depois encontro-me e perco-me e tropeço outra vez. Mas afinal não é assim tão doloroso, o socorro chega, os professores sentados, a sorrir, a guiar-me até à resposta, ah, afinal sempre sei.
Depois dizem-me que já chega, mandam-me sair da sala e esperar no corredor, é assim que se faz aqui. E percebo, afinal o exame não é isto, o exame não foi esta hora e pouco nesta sala, o exame foi eu ter-me obrigado a estudar durante quatro meses, dia após dia após dia. Abrem a porta, chamam-me, apertam-me a mão e dizem "congratulations!". Acabou. Acabou. Sorrio, as mãos cheias de pó de giz, a garganta seca, o formulário na minha mão: pass.
O giz, não interessa nada, era amarelo.
Depois dizem-me que já chega, mandam-me sair da sala e esperar no corredor, é assim que se faz aqui. E percebo, afinal o exame não é isto, o exame não foi esta hora e pouco nesta sala, o exame foi eu ter-me obrigado a estudar durante quatro meses, dia após dia após dia. Abrem a porta, chamam-me, apertam-me a mão e dizem "congratulations!". Acabou. Acabou. Sorrio, as mãos cheias de pó de giz, a garganta seca, o formulário na minha mão: pass.
O giz, não interessa nada, era amarelo.
do exame (antes)
Acordei às seis da manhã, a saber que seria impossível voltar a adormecer, e a oito horas do exame. A manhã foi um aborrecimento, é impossível e inútil estudar mais uma vez aquilo que se estudou durante três meses. Passei a manhã na universidade, a dormitar no sofá do gabinete e a fazer as palavras cruzadas do jornal diário, num tédio mortal. Foi um alívio ver chegar o meio dia, e finalmente: uma hora para almoço, uma hora de aula e, duas da tarde, exame.
pfui
A felicidade às vezes é simplesmente alívio. É só respirar fundo e saber que fiz o que tinha a fazer e que tenho direito a estes quatro dias* de descanso e de nada. N-a-d-a. Posso sair de casa com um livro em vez de com os apontamentos. Posso sentar-me à frente da televisão. Posso dormir sem ligar o despertador. Por enquanto, faltam-me as palavras. Depois vos conto do exame.
*Thanksgiving + ponte + sábado + domingo
*Thanksgiving + ponte + sábado + domingo
quarta-feira, novembro 22, 2006
terça-feira, novembro 21, 2006
.
(A Angie passou no Exame)
(O meu é amanhã às 2 da tarde. Estou tão cansada de esperar e estudar que se pudesse fá-lo-ia agora mesmo. Assim sendo, releio os apontamentos uma última vez, na minha casa quentinha e com o frio lá fora.)
segunda-feira, novembro 20, 2006
.
(A Jenny passou no Exame)
(E eu, ah caraças, quero lá saber, já estou cansada de estudar, juntei-me aos outros amigos dela e fomos celebrar.)
domingo, novembro 19, 2006
sábado, novembro 18, 2006
sexta-feira, novembro 17, 2006
dias da semana
Num dos quadros do gabinete, está uma lista dos próximos dias:
Friday
Saturday
Sunday
Jenny
Angie
Ana
Thanksgiving
Saturday
Sunday
Jenny
Angie
Ana
Thanksgiving
fall on main street
terça-feira, novembro 14, 2006
biking on main street
Hoje de bicicleta no caminho para a escola, as árvores todas na main street em esplendor de outono. Travo para andar mais devagar, olho para trás para confirmar que não há carros por perto, e sigo uns metros com os olhos para cima, só céu e folhas, amarelas, laranja, vermelhas, amarelas, laranja, vermelhas. Uau. (E quando olho para baixo, o mesmo espectáculo: o alcatrão e as folhas, amarelas, laranja, vermelhas, amarelas, laranja, vermelhas. Uau.)
segunda-feira, novembro 13, 2006
fuso horário
Eu estou aqui a pensar o que hei-de fazer para o jantar, e ainda com umas horas de trabalho pela frente. E a maioria das pessoas que conheço estão a dormir, luzes apagadas, nas suas camas. Ora, isto a mim causa-me estranheza. Já lá vão uns quantos meses que a minha vida é assim, mas ainda estranho.
E sim, também estranho o facto de eu acordar e vocês já estarem com o dia a meio e prontos para almoçar.
A coisa mais chata nisto tudo é que a estas horas, no fim do meu dia, não posso telefonar para conversar um bocadinho com os amigos.
E sim, também estranho o facto de eu acordar e vocês já estarem com o dia a meio e prontos para almoçar.
A coisa mais chata nisto tudo é que a estas horas, no fim do meu dia, não posso telefonar para conversar um bocadinho com os amigos.
domingo, novembro 12, 2006
sábado, novembro 11, 2006
pumpkin pie
Já falta pouco tempo para o exame, e às vezes o pânico (vá, não vamos ser dramáticos, a ansiedade) dá lugar à calma: hoje passei a tarde a estudar na mesa da cozinha, enquanto uma tarte de abóbora se fazia no forno.
Ah, está perfeita.
quinta-feira, novembro 09, 2006
red to blue
Sobre os resultados das eleições (incluindo isto), um americano disse-me: "Hoje foi um bom dia para a América". Para mim, foi um privilégio estar aqui para ver.
prenda de anos
No dia dos meus anos, recebi uma notícia por telefone como prenda de anos. Ainda não havia certezas, os resultados das análises ainda não tinham chegado, mas oh, talvez, talvez, aliás, provavelmente, disse ela, mas não digas a ninguém, só nós os dois e agora tu é que sabemos, não queremos contar a ninguém até sabermos que sim, e depois mais uns meses, para saber que está tudo bem, mas é tua prenda de anos, disse ela. Obrigada prima. Agora, finalmente, já é público. Cresce bem bebé.
segunda-feira, novembro 06, 2006
ortografia
Fixa ou fixada?*
Às vezes noto que estou a perder o português.
No outro dia escrevi "electrecidade" num email para uns amigos (foi assim, não foi?). Chamaram-me emigrante e disseram-me para voltar, a bem da ortografia.
*Informei-me. Parece que é fixada.
Às vezes noto que estou a perder o português.
No outro dia escrevi "electrecidade" num email para uns amigos (foi assim, não foi?). Chamaram-me emigrante e disseram-me para voltar, a bem da ortografia.
*Informei-me. Parece que é fixada.
domingo, novembro 05, 2006
contrapartida
Ah, a ver se isto faz com que eu páre de estudar no máximo às dez da noite, e não me sinta culpada por isso.
boas intenções
Um horário de trabalho rígido: entrar às oito e meia, sair às sete. Espero que o meu cérebro colabore.
(isto é que é chato: não há neste momento nenhuma parte do meu trabalho que seja rotineira ou mecânica, e portanto se o meu cérebro estiver cansado não há nada que eu possa fazer)
(isto é que é chato: não há neste momento nenhuma parte do meu trabalho que seja rotineira ou mecânica, e portanto se o meu cérebro estiver cansado não há nada que eu possa fazer)
sábado, novembro 04, 2006
à espera
Quero que o tempo passe devagar, para poder estudar, re-estudar, ver, rever tudo tudo tudo, ou pelo menos o mais possível. Quero dias maiores, para ter tempo de comer e dormir, ir às aulas e fazer os trabalhos de casa, e depois ainda passar horas a estudar, estudar, estudar, tanta coisa para saber e perceber e digerir e estudar, estudar, estudar.
Quero que o tempo passe depressa, anseio que chegue a data do exame, para poder respirar fundo e deixar de me consumir entre as mesmas páginas. Quero o tempo mais rápido, quero acordar e já ser a manhã do dia do exame, passei, chumbei, agora já estou por tudo, só quero que o tempo passe rápido, se passar no exame fico feliz, aliviada, extática, se chumbar acabam-se as dúvidas, dou-me a minha permissão para fazer a mala e voltar a um país mais morno e mais casa (é o que digo para me tranquilizar, shhh, é preciso ver o lado bom de ambas as possibilidades).
Quero que o tempo passe depressa, anseio que chegue a data do exame, para poder respirar fundo e deixar de me consumir entre as mesmas páginas. Quero o tempo mais rápido, quero acordar e já ser a manhã do dia do exame, passei, chumbei, agora já estou por tudo, só quero que o tempo passe rápido, se passar no exame fico feliz, aliviada, extática, se chumbar acabam-se as dúvidas, dou-me a minha permissão para fazer a mala e voltar a um país mais morno e mais casa (é o que digo para me tranquilizar, shhh, é preciso ver o lado bom de ambas as possibilidades).
frio
Pronto. Está frio. Já não subimos acima dos cinco graus mais que uma ou duas horas por dia, e à noite já descemos sempre a temperaturas negativas. Já não posso andar de bicicleta sem luvas, e já uso perneiras todos os dias. Mas ainda ando com os casacos de outono, ainda não voltei ao sobretudo nem ao casaco de inverno, agarro-me à ideia de que ainda é outono com todas as minha forças. A neve, quando chega?
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